Com belos cenários, muito verde e a culinária mineira de dar água na boca, Poços de Caldas é um roteiro interessante para quem quer aproveitar o fim de semana para recarregar as energias, sem gastar muito. Apesar de conhecida como destino de lua de mel, a cidade no Sul de Minas não oferece apenas atrativos para os recém-casados. Há atividades para quem viaja em família atrás de sossego e também para os viajantes solo em busca de aventura.
As fontes e nascentes de águas termais foram o que colocaram a cidade no mapa no século XVIII, atraindo os primeiros visitantes e também o desenvolvimento. Nesta época surgiram as estâncias e as casas de banho, que fizeram a fama de Poços de Caldas até junto à família real portuguesa. Parte dessa história resiste hoje nas Thermas Antônio Carlos, ainda em funcionamento para quem quiser relaxar nas águas sulfurosas. Além disso, o casarão conserva a arquitetura e o mobiliário do final dos anos 20, período de ouro da cidade.
Na verdade, todo o centro hoje carrega a nostalgia do passado. As praças, jardins e coretos permitem desfrutar do clima bucólico do interior e se perder numa caminhada preguiçosa, curtindo o friozinho da Serra da Mantiqueira e concertos musicais ao livre. Uma boa pedida é fazer uma parada no Café Concerto para apreciar uma bebida quente, ao som de jazz e blues.
A andança descompromissada pode levar ainda à fachada do Palace Casino, que recebia a aristocracia brasileira na década de 40 e visitas ilustres como Carmem Miranda e o próprio presidente Getúlio Vargas. Para vislumbrar a grandeza da construção por dentro, é possível até se hospedar no hotel que também existe no espaço. O prédio histórico ao fundo completa a magia do cenário, onde artistas de rua se apresentam na praça e charretes cruzam as ruas em direção aos outros pontos turísticos da cidade.
No centro, existem taxis e ubers para chegar fácil à Fonte dos Amores. A estátua de mármore, feita pelo escultor italiano Giulio Starace, fica em uma área verde rodeada de pequenos vigilantes como macados e quatis. A escultura simboliza a lenda de um casal apaixonado que se encontrava escondido dos pais por causa de inimizades políticas. Proibidos de se casarem, os dois teriam se atirado do alto da rocha e os corpos foram encontrados aos pés da fonte. Prepare-se para encarar uma baita escadaria para chegar à fonte e garantir a foto do passeio! Dizem que a água que jorra ali é uma das mais refrescantes (mas eu não arrisquei tomar um gole! rsrs).
A menos de 10 minutos de carro, está outro cantinho verde e charmoso de Poços de Caldas: o Recanto Japonês. O lugar é uma versão mineira do jardim nipônico, com bonsais, lago de escarpas e até uma fonte de desejos para transmitir a calmaria oriental. Quem quiser entrar no clima pode inclusive alugar por R$ 5 roupas típicas, como quimonos e trajes de gueixa, para uma sessão de fotos bem caricata.
Ecoturismo em Poços de Caldas
A partir da Fonte dos Amores, existe a entrada para a trilha que percorre a mata fechada ao redor da cidade e leva ao morro São Domingos. O trajeto tem quase 9 quilômetros de caminhada e pode ser uma alternativa para quem estiver em busca de emoção (Não foi o meu caso no dia. Fui de carro mesmo! hehehe).
Uma das atrações no caminho é a Pedra Balão, um monumento natural esculpido pela ação do vento e da chuva. O local compreende um conjunto de grandes pedras sobrepostas, de aproximadamente 10 metros de altura e oferece vistas deslumbrantes da natureza.
Se não quiser apenas uma parada para fotos, há também trilhas a partir da Pedra Balão que levam os visitantes para mergulhar em cachoeiras e até para se aventurar no rapel. Os preços variam em torno de R$ 200, de acordo com o tempo e o número de participantes.
Seguindo o trekking até o alto do morro, está a estátua do Cristo Redentor e uma bela vista panorâmica de Poços. Vou confessar que não achei nada demais o Cristo, mas dali é possível incrementar bastante o passeio. Ponto de encontro para os amantes da adrenalina e dos esportes radicais, o morro conta com uma rampa de decolagem para voo livre. Acompanhado do instrutor, o visitante sobrevoa a região de paraglider por 15 minutos e retorna para o mesmo local. O preço gira em torno de R$ 200 por pessoa.
Para fechar o dia, é só embarcar no teleférico e descansar aproveitando a paisagem do entardecer em Poços de Caldas. O percurso de 1.500 metros dura cerca de 10 minutos e deixa os passageiros no centro histórico, coladinho nas praças onde estão as atrações culturais da cidade.
O teleférico inclusive é uma alternativa menos radical para quem preferir para chegar ao topo do Morro São Domingos, também acessível de carro. É possível comprar o bilhete ida e volta por R$ 25, ou apenas uma perna da viagem por R$ 15. O único problema podem ser as filas em datas de maior movimento. Tentei duas vezes comprar o ingresso, mas era um feriado prolongado e a espera estava grande. Então, acabei desistindo e fiz o trajeto de van mesmo.
A visita a Poços de Caldas não estaria completa sem dar um pulo na cachoeira Véu da Noiva. O local fica mais afastado do centro, mas várias alternativas estão disponíveis para chegar lá. Há quem encare um tour de charrete (R$ 35 a R$ 50) até a queda d’água, com diversas paradas na tradicionais lojas de cristais, sabonetes artesanais e doces da cidade. Mas não estiver interessado em compras, pode optar pelo táxi, uber e até mesmo o ônibus circular.
Formada por três quedas d’água, a cachoeira é linda no verão ou inverno. A vazão estava bem baixa quando estive em Poços de Caldas, mas a vista e aquele barulhinho gostoso de água correndo compensaram. Além disso, o complexo onde está localizada a cachoeira conta ainda com uma nostálgica Maria Fumaça para os visitantes interessados em ver mais da vegetação e da paisagem natural das redondezas. A entrada é gratuita.
O roteiro Recanto Japonês-Fontes dos Amores-Cristo Redentor-Pedra Balão-Véu da Noiva está incluso em todos os passeios oferecidos pelas agências de turismo receptivo de Poços de Caldas. O pacote custa em torno de R$ 35 a R$70. Só recomendo ficar atento ao tempo de duração do passeio e perguntar sobre as lojas inclusas no roteiro, especialmente se não estiver interessado em compras e não quiser perder tempo em várias paradas comerciais.
Onde ficar em poços de caldas
Estive em Poços de Caldas para participar de um congresso e me hospedei no Vilage Inn, onde as atividades e palestras foram realizadas. A diária custa em torno de R$ 400 (quarto duplo), com pensão completa. Na mesma região, estão o Golden Park e o Thermas Resort Walter World, que tem faixa de preço semelhante.
A estrutura do Vilage Inn é excelente, com quartos limpos e modernos. O banheiro era pequeno, mas contava com uma ducha bem quente – indispensável para o frio da serra. O hotel tem ainda complexo de piscinas e áreas de lazer, mas não cheguei a utilizar.
Como o foco da minha visita era o congresso e o centro de eventos fica bem ao lado, a escolha não poderia ter sido melhor. O único detalhe é que não tem nenhuma opção de restaurante ou atrações por perto. Pelo menos, tem um ponto de ônibus na porta que facilita o acesso ao centro da cidade, sem precisar gastar com táxi.
Agora o centro da cidade é a melhor pedida para aproveitar as atrações culturais e curtir o charme nostálgico da estância no Sul de Minas. Acredite, não há nada mais relaxante que passar o fim do dia na calçada de um dos cafés e restaurantes que ficam no burburinho da praça Pedro Sanches.
Na região central, estão instalados hotéis de rede como o Ibis, Dann Inn e Nacional Inn, com diárias entre R$ 100 e R$ 200. Mas também existem marcas locais como a Estalagem do Café, Minas Garden e Hotel Salvador, com preços em torno de R$ 250.
otimas dicas
amei!
Obrigada, Gislene!